quarta-feira, outubro 21, 2009

Preternidade num copo

















Quando me olhas
te desejo
ah, me desejas
sinto o sabor
de suas cerejas
repreende as
minhas cervejas
embriagado
te agarro
repreende
o meu cigarro
te amo
e sinto seu cheiro
farejo seu amor
te amo
e sinto seu sabor
e se há dor
há carinho
e com beijinho
seguimos nosso
caminho
esquecemos
de tudo
bebemos
um vinho
seco com peixe
tinto com massa
de repente
cê me amassa
de repente
cê me abraça
macios pincéis pintam
artesanatos de nossa história
manufatura
de um futuro
poucas palavras
num telegrama
que soa o importante
e a flanela que limpa
a nossa estante
nesse instante
é flutuante
navegante do nosso cosmo
alvejante do nosso caos
palitos misturados em paus
resta um
restam dois
e se apitas
eu apito
e se me olhas
te desejo
preternidade
de nossa finitude

Fabio Eugenio

Um comentário:

Daniele Diório disse...

devo admitir o quanto me identifico, com o seu ser!