Anna

amiga

meiga

linda

sincera

alegre

engraçada

cigarrets de bolinhas dementadas

vestido de tafetá

sapatilha de boneca

d.d

Mariana sempre foi bela
sua mãe pensou em chamar-lhe Ana
Ana sempre gostou de rosas
e andava por aqui e acolá
e no metrô Ana Rosa
pensou em mudar-se lá pra roça
onde o passarinho canta
Anáaaaa, Anáaaaa
e o prazer em nanar era maior
mas foi na cidade que Maria
no metrô Ana Rosa
tornou-se Mariana
quando encontrou
a vila Formosa
e aí tudo fez sentido no metrô
mas foi lá no centro
da grande São Paulo
que avistou
o seu Paulo
e então o amor encontrou
e pulou paulistana
Mariana.

d.d f.e

alma

O nascimento de uma alma,

é coisa demorada...

d.d

desapegando

1º arquivo

Ontem arquivei algumas de minhas atormentes memórias
que enfim, não mais forte estavam
tentei não grampia-las durante "alguns dos tempos" mas...
Percebi que aquele zelo de preservar tinha acabado
coloquei tudo em um vidro bem grande
pois eram muitas, quase que gigantes
tinha de todas as cores, sabores e horrores
e todas lembradas com muitos temores
junto com elas havia esperança
de quase tudo que a cor vibrava
fui colocando com muita cautela
e desejei que o tempo cuidasse, curasse e assim o dia passei.
As primeiras que guardei foram as de mentira
aquelas que não podiam ter sido contadas
depois guardei aquelas que tanto tentei,
otimizar com o passar
e com isso fui esquecendo de quase tudo que lembrei
o efeito vi, quando alguns anos dobraram como papéis de origami
foi ficando pequeno, sereno, neutro
foi ficando até que ficou.

d.d

"dia próprio" e necessário

anemia

Paralelamente estou ansiosa e doente,

horrendamente admito em meu prato

parece ser fato,

o médico de roupa bravamente potente

finalmente

decide avaliar sua paciente

exclusivamente "não potente",

eu, a paciente tão ausente

com medo de me dar como demente

rapidamente fui insistente

em pedir que me falasse

se ainda era anemia que sempre me queria

praticamente uma coisa não recente

que acontecia desde minha primeira idade

mas que felizmente, sempre facilmente tratada

sopre menina, deixa ouvir o seu pulmão?

você está pouco corada

parece cansada,

vou lhe passar um sermão (...)

d.d

grampo

A vida sem movimento
é feito sorvete sem confeito
muffin com um pouco de vento
parque sem catavento

A vida sem abraço
é circo sem palhaço
festa junina sem fogueira
macaco sem bananeira

Sem um canto,
Cabelo sem grampo
grama sem campo
bochecha com sarampo
mesa com muito trampo
céu cheio de relampo

sem projetar,
viver sem parar

d.d

com ciência

Depois de arquivar milhões de pensamentos em minha memória, eis que surge algo ainda mais fantástico: a consciência.

Milhões de livros são insuficientes para explicar.

Através dela, a consciência, descobrimos que temos um eu e que somos um ser exclusivo no teatro da vida.

Através dela também, construímos as relações sociais, amamos, sentimos falta das pessoas, nos isolamos, nos confundimos, nos decepcionamos, nos certificamos e procuramos romper nossa bolha de solidão.

Tenho consciência que minha bolha só foi estourada por uma pessoa, e é nela que confio cegamente, minha estrutura central, emocional e criativa devo à ele, porque sim, no meio da consciência tem espaço para sentir amor puro, por puro cuidar.

A consciência me faz enxergar tudo o que sou, e o que quero, o que eu não quero então... Hunf daria um romance. Hoje pela manhã formei a

DCD = Duvide, critique e determine.

Duvido, de tudo que controla minha emoção e conspira contra a vida

Critico, cada arte que não é boa aos meus olhos, e que eu sempre não tenho coragem de dizer, critico sobre meu conformismo.

Na verdade acho que estou dando um choque de lucidez em minhas emoções, estou sacando as mudanças em mim sem deixar que elas me manipulem.

Ontem eu matei algumas chances velhas, fétidas, infantis, não mais admiradas isso me fez respirar um ar de limpeza e clareza foi valido. Agora estou indo arquivar algumas experiências, isso pode levar alguns dias, meses ou até mesmo esse ano todo, porque mais do que ficar me justificando eu quero viver, ao lado da ternura e da paz que é o meu porto mais que seguro, Fabio Eugenio é o nome da mudança inteligente em mim, me sinto com sorte amanhã eu volto.

d.d

mato

Não devo negar a boa vida que tenho

e dizer que o Universo conspira ao meu favor

eu amo a minha vida.

Foto Fabio Eugenio

renovaroar
limpeza
começo
detudo
lavado
borboletas no estômago

Foto Fabio Eugenio

nos transforma

nos transforma

nós transforma,

transcende

e descende,

muda a muda

de direção,

dirige pro onde

que queremos seguir,

amando e doando

o que temos aqui,

mas temos fome

e sede,

temos pouco dinheiro

e muito coração,

temos paixão

temos tesão,

temos o poder

da sedução,

temos que ter

o teremos que ser,

será que seremos

o que queremos,

frente em fé

busquemos paz a pé,

pranto em tronco

trocando canto e conto,

e pássaro que

passe aqui,

deixando migalhas

do bem que sobrou,

soou que sou

o que restou,

no bico da ave

que avoou,

pra chegar lá

deve ter que cair,

pra levantar

o pró seguir,

me dê um dom

que tire a dor,

me de a luz

pra parir de novo,

quero parir o parto

do novo tato,

quero doar a mim

um mundo novo.

divisão de película elementar positrônica [001]

Início de novo

toma cuidado meninos com a vida

o mar tá brabo

o trem já vem

à parada é mesma

por enquanto ainda é novo

depois é mato,

barro,

ladeira,

coruja,

sujeira e telhado

cheiro de chuva no cabelo

grama grudada nos sapatos

café é de agorinha, vem tomar um tanto de saudade

faz lembrar do vestido que botei

com os anéis de minha DNA

hoje tem festa dos aviões

todo mundo já vai lá.

d.d