quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Família é lugar


onde convivem os diferentes
um é tristonho, outro contente
um é exibido, outro inibido
um é calado, outro exagerado
um é cabeludo, outro testudo
um é penteado, outro descabelado...

nunca é possível contentar,
pois onde há diferenças,
haverá desavenças.
como a todos agradar?

Mas entre todos os valores
cultivados entre nós
há algo como uma voz
muito enfática a dizer:
“Cultive a educação,
faça lazer, haja afeição;
dê carinho, tudo aos seus!
Mas o maior valor
- cultivar o amor

( para minha mãe que é chata, teimosa, encrenca com todas as coisas dessa casa, atormenta seus filhos mais é a mãe mais amada desse mundo)

terça-feira, fevereiro 23, 2010

omenino

















Ele era ... assim... todo ele
grande e calmo
resolveu escutar a alma
abriu seus olhos grandes
da pupíla gigante
pulou a janela
bateu a canela
que corajoso
menino ventoso
descobriu nas temporas
o vento que o levava
que vento doce, as vezes triste
dizia ele!
sem saber que o que queria
era viver
viver o mundo
viver o longe
e o amor, viver, viver
viver sorrindo
chorar mais tarde
percebe então que não há
mais tempo de sonhar
tudo que ele quer
sem demora pra alcançar
vem depressa me abraçar
gagueiras e rabiscos d.d
ao
meu grande amor F.E

domingo, fevereiro 21, 2010

Acho que...















...eu cresci,
estou do tamanho de uma girafa
Acho que engordei
já não me entram as antigas calças

Acho que deletei
todas as janelas de informação
Acho que pensei
em porque não havia feito antes a ação

Acho que eu quero
ser todas as coisas que eu quero fazer
Acho que chóro muito
alegre ou triste não consigo conter

Acho que sou pálida
peguei uma cor segunda passada
Acho que amei
intensamente quem me esperava

Acho que não menti
o meu achar seria mentira
Acho que me curei
da doença contemporânea do dia-a-dia

Acho que cantei
todas as músicas que me fazem brilhar
Acho que pintei
um desenho, e quero lhe dar

Acho que falhei
em não saber o potencial que tenho
Acho que esperei
agora eu vou, faço, e me empenho

Acho que trabalhei
de Big-Mac à salto em loja d'Griff
Acho que me dediquei
a quem merecia na hora da gripe

Acho que amadureci
nem tanto quanto pensava
Acho que percebi
as ações de menina que ainda cercava

Acho que sorri
sem motivo, causa ou cor
Acho que gargalhei mais do que chorei
em dias de dor

Acho que gritei
todas as vezes que estava feliz
Acho que minha voz sumiu
pois não me lembro de estar infeliz

Acho que enxerguei
o mal antes que ele me encharcasse
Acho que fui bem
em ser eu mesma sem nenhum disfarce

d.d

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

separação dos átomos


Acredito ficar triste
pela morte de uma pessoa,
quando na verdade é apenas a morte,
que me impressiona'
A morte é meramente a separação dos átomos que nos compõe.
Não anuncia,portanto,
nem castigos,
nem recompensas.
Não devemos temer a morte,
e menos ainda as punições.

d.d

A Helena Goulart, que se separou de seus átomos 18/02/2010, e vai sem culpa e pecados apenas vai"

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

pressa demora















As cores da parede já são mais claras
algumas tem cores e são fortes, bem fortes
as fortes, são cores do querer
as claras, pés no chão de seres que querem viver
e viver muito, todos os dias fazendo coisas novas
planos diversos, ahh...
E como é bom fazer isso juntinho
olhando láaa na frente...
Ao mesmo tempo que temos pressa,
temos demora,
temos amores,

Quero dizer:

"Vida, fiz aquela massa que tanto gosta e o vinha tá gelando
comprei filmes pra você dessa vez
fiz uma coleção de toys novos, vem correndo ver
terminei o trabalho que você me passou
tem sessão fotográfica amanhã
tem ovos brallis para o café
só assisto o filme quando você se aquieta
tem roupa de cama cheirosa cheirosa,
toma um banho rápidinho e vem correndo
faz minha sobrancelha
quero massagem
hoje vamos comer tempura!
ouvindo você dizendo e escutando

" você é tudo pra mim"
sinopse de um futuro bom!


quarta-feira, fevereiro 03, 2010

euquerocuidardevocêpramim

















uma mariposa pousou na minha janela
talvez fosse uma borboleta, não sei
meus óculos ainda estavam meio molhados
meu cabelo molhado ao vento

as palavras dela vieram para confirmar
os meus pensamentos, e os meus sentimentos
pousaram na janela também, eram assim
de metamorfose e espanto, eram azuis
são a carência do azul

quero pintar um lindo cenário e te colocar lá
quero iluminar e fotografar, quero te ver
cantar nos meus ouvidos, e vou cantar no seu também
quero ler a sua poesia pela manhã, quero passear
por entre suas tão lindas palavras sábias
e quero que a sua sabedoria me renove
para que assim diariamente como o café
eu te faça sorrir e prosseguir

eu abri a janela em dia de vento
ele trouxe a paz de volta pra mim
o céu azul tocou o nosso edredon
aquele azul manchado de branco
aquele molhado chuviscado
aquela garoa me garoou
e quero que ela nunca seque
quero a calma da nossa alma
quero o nós pra mim e pra você
quero nós para nós, e você para mim
quero regar o nosso jardim
quero todas aquelas leves flores

eu quero cuidar de você pra mim

eu sei, que sei é pra sempre
















eu sei,
que eu sei,
quando não sei
eu sei também,
que quando eu quero,
sei que quero e não sei se espero

eu faço,
tudo pra fazer feliz em renascer
um romance aqui,
um romance lá,
em nós dois

eu sei,
que o dia vai clarear
e abrir a rua em cores
pra gente passear

você é mais, pra mim
do que eu sei
e eu sei que você é pra mim

eu sei,
que pra gente passar
agente vai sempre se amarrar
e eu sei,
que sempre, sempre, se amar

Se te disserem, que nada é pra sempre,
saiba sempre que o amor é pra sempre.

d.d /




segunda-feira, fevereiro 01, 2010

que é que há lá fora ?






















durmo e acordo pensando
que é que há lá fora
fora da minha cachola
que também desconheço
mas se o pouco que conheço
é o recomeço
que é que já se passou?
no passado do antepassado
na panela do homem da caverna
que é que há lá fora?
lá bem depois da lua
que se escondeu
lá bem depois da estrela
que a fumaça apagou
lá bem depois do desconhecido
lá no passado de brilho visível
naquele buraco fim de mundo
no fundo de um pano escuro
que é que há lá
onde até a luz se esconde?
será que o sonho acessa?
o acesso está em mim
eu sei e sinto
esse é o valor de estar aqui
o prazer de ter sempre
um mistério a descobrir
que é que há lá?
lá o que é que há?
há de um cometa vir?
há de um choro sorrir?
que é que há lá praquelas bandas
onde o que enxergo
é futuro passado aqui do meu lado?
é escuro brilhante anestesiado
é menino de pé deitado
no chão entusiasmado
solado sujo descalçado
sentado dançando descabelado
fitando a barata que sai do boeiro
tirando a poeira do ombro
minhoca branca desdentada
cavando cova na cidade sem mata
fisgando o homem que desmata
encarcerado tomando leite sem nata
que é que há lá fora?
onde o nexo é não fazer sentido
onde os sentidos são sem nexo
lá onde não há sexo
onde o prazer é retrocesso
onde o cair é desejo
cima e baixo são a mesma coisa
e a lateral é multilateral
onde o longitudinal é transversal
nem há padrão universal
que é que há lá fora?
dessa confusa cachola
que abriga o mundo e a escola
que abraça amigo e inimigo
que guarda o mundo aqui comigo